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domingo, 14 de fevereiro de 2010

Consequências das alterações climáticas

Desde sempre existiram registos de ocorrência de alterações climáticas na Terra, sendo então, um fenómeno natural. Nos dias de hoje, este considerado fenómeno natural, é um problema sério à escala global, isto devido ao acelerado ritmo com que está a ocorrer.
Na verdade, as alterações climáticas já se fazem sentir, mas agravar-se-ão nas próximas décadas, sendo as principais o aumento da temperatura (3 a 4 graus), o aumento dos fenómenos extremos com ocorrência de cheias, secas e tempestades com intensificação dos ventos, a redução da precipitação média anual (cerca de 100 milímetros até ao fim século) com períodos de chuva intensa e concentrada no inverno e o aumento da frequência e intensidade das ondas de calor no verão.
Conclui-se então, que devido às alterações climáticas são vastas as consequências resultantes e em diferentes sectores.


Quais as consequências?
Para o clima…
 Prevê-se que em 2010 a temperatura média da superfície do globo aumente 1.4-5.8 °C comparada com os valores registados em 1990
 O nível do mar suba de 9 a 88 cm; condições atmosféricas extremas mais frequentes, tais como precipitações tormentosas e ondas de calor, que levarão à ocorrência de cheias, deslizamentos de terras, secas e fogos florestais sem precedentes;
 Alterações nas direcções do vento e das correntes oceânicas, o que poderá ter consequências muito nefastas sobre vastas regiões.
Para as pessoas…
 As alterações climáticas poderão até ter um efeito positivo se não ocorrerem rapidamente, por exemplo, um clima mais ameno poderá proporcionar melhores colheitas no Norte da Europa mas estas alterações noutras áreas poderão causar secas e fome. Mas prevê-se que as desvantagens sejam muito mais elevadas do que as vantagens.
Para a saúde humana…
 Aumento de doenças associadas a ondas de calor; diminuição de doenças ligadas ao excesso de frio
 Aumento de doenças por poluição do ar e de alergias
 Surtos de doenças transmitidas pela água e alimentos - febre tifóide, salmoneloses, toxinas associadas com mariscos, cianobactérias
 Surtos de doenças transmitidas por vectores (sobretudo insectos) - malária, dengue, febre amarela, doença de Lyme, febre escaronodular, encefalites

Para Agricultura e Florestas:
 Mudanças no tipo de culturas devido à escassez de água para irrigação; e readaptação a novos períodos de cultivo
 Aumento de pragas, doenças e infestantes, tanto na floresta como na agricultura
 Aumento acentuado de incêndios
 Redução da produtividade florestal
 Perda de biodiversidade
 Desertificação


Para Recursos hídricos e Pescas:
 Menor quantidade de água disponível
 Pior qualidade das águas fluviais
 Aumento da temperatura superficial do mar
 Alterações nos recursos pesqueiros

Para Zonas Costeiras:
 Subida do nível médio do mar (aproximadamente 50 centímetros) e aumento da erosão costeira, sobretudo marés vivas
 Intrusão salina

Causas das Alterações Climáticas

Alterações climáticas, tal com o próprio nome indica, são alterações que ocorrem no clima. Contudo, estas mudanças quase nunca são positivas, caso estas se registem á escala planetária. Deste modo, as alterações climáticas podem ser consideradas com uma ameaça global, sendo de todos fazer alguma coisa para minimizar os seus impactos.
Na verdade, para que ocorra alteração do clima, é necessário que exista uma causa. No entanto, essa causa pode ser natural, como por exemplo as erupções vulcânicas ou alterações na radiação solar e factores antropogénicas, isto é, causadas pelo Homem.
Antigamente, antes da revolução industrial, a população mundial era baixa, não existiam máquinas que podem poluir, pelo que só se produzia o mínimo para sobreviver, utilizando pouco espaço, pelo que existiam muitas florestas que atenuavam os efeitos Humanos, sendo assim basicamente os factores naturais os únicos responsáveis pelas alterações climáticas. Contudo, com a revolução industrial e com o aumento exponencial da população mundial, foram produzidas máquinas que dependiam das energias não renováveis para funcionar e novos campos de cultivo que levaram ao aumento da poluição atmosférica e da desflorestação, alterando o clima.
Assim, o Homem passou a ser o maior contribuinte para as alterações climáticas, acarretando várias consequências para todos os seres vivos. Para que isto não aconteça, temos que encontrar formas para minimizar ou até mesmo parar estas causas.

Causas das Alterações Climáticas:
Causas Naturais:
De entre as causas naturais, encontram-se as alterações na radiação solar que atingem a Terra (tendo estas radiações ser mínimas, pois caso não fossem, o seres vivos poderiam morrer, as erupções vulcânicas que ao ocorrem lançam para a atmosfera gases e poeiras que podem reflectir a radiação vinda do sol (provocando alterações no clima) e variações naturais no próprio sistema climático. Podem existir outras, mas podem-se considerar estas mais significativas.

Causas antropogénicas:
Poluição:
O conceito de poluição esta presente nos Humanos desde que este existe. Contudo, só depois da revolução industrial é que este conceito foi descrito por cientistas, passando a estudar-se o que era, quais os seus tipos e que vantagens/desvantagens pode trazer para os seres vivos que habitam neste planeta.
A ideia de poluição aparece associada à presença de elementos tóxicos que impossibilitam ou dificultam gravemente a vida tal como nós a conhecemos, seja a nível local ou a nível global. Deste modo, poluir é o acto de libertar substâncias anormais (tóxicas naquele ambiente), alterando negativamente o ambiente no qual ocorreu a poluição. Contudo, nem todos os tipos de poluição têm que ter substâncias tóxicas. Um exemplo disso é a poluição sonora. Já a poluição atmosférica, a poluição marítima e a poluição terrestre necessitam de “algo” que polua o respectivo ambiente referido. Já este “algo” é cada vez mais protagonizado pelo Homem que para conseguir atingir os seus objectivos, sejam eles quais forem, acaba sempre, ou quase sempre por prejudicar o ambiente, ou seja, poluindo.
Embora existam muitos tipos de poluição, iremos apenas referir um: a atmosférica. A poluição atmosférica é em grande parte originada pela queima de combustíveis fosseis (energia não renovável) para a obtenção de energia. Os veículos para o seu funcionamento e locomoção (principal objectivo) precisam de energia, estando esta armazenada num deposito, que quando utilizada, a energia química contida no gasóleo ou gasolina (derivados do petróleo – combustível fóssil) transforma-se em energia eléctrica e em energia mecânica, pela acção do motor. Como este motor (nem nenhuma máquina) não consegue converter tudo, o que não é convertido (CO2, CO, entre outros) é expelido para a atmosfera, através do tubo de escape. Já as fábricas ou outras máquinas podem possuir outros mecanismos (exemplo de uma central eléctrica), contudo, os resíduos são praticamente iguais. Estes gases poluentes, através do vento sobem na atmosfera até uma certa altura, onde ficam numa “camada”. Esta “camada” dificulta as radiações terrestres (a terra emite radiações infravermelhas) e que foram reflectidas pela superfície da Terra do sol se desloquem para o espaço, ficando a maior parte na atmosfera (pois são sucessivamente reflectidas pela “camada” formada). Deste modo, ocorre um acréscimo da temperatura. Este fenómeno é designado normalmente por efeito de estufa, pois a “camada” formada faz praticamente a função de uma estufa, pois não deixa o calor sair, aumentando a temperatura interior da estufa, isto é, da Terra.
Contudo, a atmosfera é extensa, estando a “camada poluente” muito alta. Deste modo poderíamos dizer que não existe poluição numa altura relativamente perto do mar, mas não. Embora possa não parecer, também existem componentes tóxicos e poluentes em alturas baixas. Podemos detectar um deles (não vê-lo, mas sabemos que ele esta presente) na presença de uma planta, pois esta quando esta na presença de CO2, de água e de radiação solar, esta realiza fotossíntese, originando, oxigénio, que é vital para os Humanos e para outros seres vivos. Deste modo, se a concentração de poluentes aumentar muito, pode ocorrer que se forme uma camada muito baixa, designada por smog, muito tóxica para os que respiram destes gases. Esta camada é frequente aparecer nas cidades mais poluídas, pois são possuidoras de maior população, logo mais indústria e mais veículos e deste modo, mais poluição.
Como já foi referido, as plantas realizam um processo inverso a outros seres vivos (animais e Humanos), pois estes respiram, utilizando o O2, sendo o CO2 um produto residual, as plantas utilizam o CO2, expulsando o O2. Deste modo, o ecossistema equilibrava-se quanto as concentrações de CO2 e O2, não existindo poluição e todos beneficiavam. Depois do Homem ter introduzido as máquinas e os combustíveis fosseis no seu quotidiano e a destruir a floresta, passou a existir um desequilíbrio, em que a concentração de dióxido de carbono aumenta (tal como outros poluentes), pelo que são todos prejudicados, embora o Homem possa ter outra qualidade de vida, que contudo, é condicionada pela sua saúde.
Ao longo do tempo, são cada vez mais os incentivos a redução das emissões de gases de estufa, pois cada vez mais são mais notórios os efeitos causados pela poluição, em especial a poluição atmosférica. No início, só os cientistas e pessoas ligadas a metrologia é que tinham consciência dos efeitos da poluição que os Humanos fazem. Contudo, hoje, são várias organizações (por exemplo Greenpeace, QUERCUS), várias empresas e até vários governadores de países que tentam inverter a tendência de utilização das energias não renováveis, principais poluidoras da atmosfera, apostando na sua desuso e a utilização de outras energias menos prejudiciais, as energias renováveis. Deste modo, já foram criados várias reuniões entre vários países em tem o objectivo de estabelecer metas de emissões, sendo estas estabelecidas de acordo com o país e as suas condições económicas, sociais, políticas e ambientais. Uma destas reuniões, muito conhecida, foi o protocolo de Quioto, realizada no Japão. Outra reunião que também foi importante na medida em que se tentou modificar o tratado de Quito, com metas mais ambiciosas, foi a conferência de Copenhaga, na Dinamarca. Esta conferência realizou-se com os principais governantes de cada país, mas que no fim desta, os resultados foram poucos, saindo um acordo entre a China e os Estados Unidos da América.

Desflorestação:
A desflorestação é um processo de desaparecimento de massas florestais (bosques), fundamentalmente causado pela actividade humana. A desflorestação é directamente causada pela acção do homem sobre a natureza, principalmente devido a abates realizados pela indústria madeireira, tal como para a obtenção de solo para cultivos agrícolas, que se traduz a destruição massiva destes ecossistemas, a ritmos que atingem 1,2% do total das florestas virgens existentes, por ano, com o objectivos de obter determinados produtos (madeira, carvão vegetal, por ex.) ou áreas livres (destinadas à prática da agricultura ou urbanização), por e para o homem. Se desde sempre se procedeu ao abate de árvores e limpeza de determinadas áreas florestais, actualmente, o termo desflorestação revestiu-se de uma muito maior intensidade e pertinência, devido não apenas ao tamanho imenso das áreas desflorestadas (entre 15 a 20 milhões de acres de floresta tropical por ano, ritmo que conduzirá ao seu desaparecimento total dentro de cerca de 100 anos), mas também ao facto de a desflorestação não ser acompanhada de uma reflorestação, sendo frequente que os danos produzidos sejam de tal ordem que até mesmo os mecanismos naturais pelos quais a natureza regenera os ecossistemas naturais são bloqueados intencionalmente, por exemplo, pela pavimentação dos solos (estradas).
Nos países em vias de desenvolvimento, a principal causa de desflorestação são a exploração das matérias-primas provenientes da floresta, particularmente, a própria madeira, uma vez que estes países têm poucas alternativas ao uso desses recursos naturais para desenvolverem as suas economias, o excesso da agricultura para alimentar as pessoas, principalmente das cidades, a construção de habitações, o crescimento turístico e os incêndios, uma das causas da desflorestação de todo o mundo.
Em Portugal, principalmente no Verão, muitos hectares de floresta são destruídos, muitas vezes por mão criminosa. Por exemplo, no ano de 2002, até dia vinte e oito de Julho, arderam trinta e nove mil e trezentos hectares de floresta.
Nos Estados Unidos da América, a desflorestação é causada principalmente pelo desenvolvimento comercial e industrial. Estima-se que, até 2040, os EUA irão perder cerca de 11 milhões de hectares causados pelo desenvolvimento urbano.
Na América Latina, o fracasso das leis governamentais foi a causa directa da desflorestação durante os anos 80.
No Brasil, o ritmo de desflorestação da Amazónia brasileira voltou a subir no ano passado, atingindo a sua segunda maior marca de sempre. Um total de 25.750 quilómetros quadrados de floresta tropical foram queimados ou deitados abaixo, entre Agosto de 2002 e Agosto de 2003, em função da expansão da agricultura, da pecuária e da exploração de madeira. O recorde até agora assinalado foi de 29 mil quilómetros quadrados, quase um terço da área de Portugal, que desapareceram do mapa da floresta amazónica em 1994/95.
Na Ásia, a desflorestação aumentou de 2 para 4.7 milhões de hectares. A alta densidade populacional bem como a pobreza rural foram as principais causas de desflorestação, sendo 75% causada apenas para obtenção de terrenos agrícolas.
Em África, o assustador crescimento populacional está a contribuir não só para a degradação do ambiente em todo o continente, mas também para o abate intenso de árvores de modo a criar terrenos para a agricultura e para habitações. Durante os anos 80, África continha 660 milhões de hectares de floresta, perdendo, anualmente, 3.3 milhões de hectares. Apenas 91 mil hectares foram reflorestados, por ano, uma pequena porção comparando com a perda sofrida.

Clorofluorocarbonetos (CFC):
Os clorofluorocarbonetos, de abreviatura CFC, são um tipo de composto no qual alguns ou todos os átomos de hidrogénio de um hidrocarboneto (normalmente um alcano) foram substituídos por átomos de cloro e flúor.
A maioria dos clorofluorocarbonetos é quimicamente não reactivos e estáveis a temperaturas elevadas. São usados como aerossóis propelantes, refrigerantes e solventes e na produção de espuma rígida de empacotamento. O nome comercial mais utilizado para estes compostos é freon, como, por exemplo, o freon 12 que é o diclorofluorometano (CCl2F2).
Devido ao facto de serem quimicamente inertes, os clorofluorocarbonetos podem difundir-se para a alta atmosfera sem sofrerem alterações. Aí, reacções fotoquímicas provocam a sua separação e estes reagem com o ozono, originando oxigénio.